Atuei como diretor de arte e UI Designer nas agências Norton, DPZ e sapient_AG2.
Colaborei como assistente de direção de arte na produtora "Filme de Papel", criadora de filmes premiados como o longa-metragem “O Menino e o Mundo”, indicado ao Oscar 2016.
Atualmente, crio artes digitais para impressão fine art em tela ou papeis especiais e ilustro para agências e estúdios de design.
Também crio capas e ilustrações para grandes editoras e faço direção de arte no estúdio Caixa de Pixel Criação & Design.
Mostras Coletivas
São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago, Buenos Aires, Sarajevo, Lisboa, Porto e Xangai.
Na pequena cidade de Farol de São Thomé, não tem luz elétrica*, as luzes são dos lampiões a gás e do próprio farol que em círculos, e em um ciclo que dura toda a noite, ilumina algumas casas por alguns segundos. Principalmente os telhados.
Sou uma criança de cabelos descoloridos pelo sol, que passa a maioria dos dias brincando na areia do quintal ou da praia. Apenas três quarteirões separavam os dois locais.
Minha brincadeira predileta é criar "brinquedos" com as conchas que se apresentavam aos milhares, provavelmente milhões em toda a praia, em múltiplos tamanhos, formatos e cores. Usava também "pedaços do mar": algas molhadas e secas, gravetos, ossos de peixes, carcaças de sirí, tampinhas e pedaços de embalagens plásticas vindas do outro lado do oceano ou quem sabe jogadas de algum navio, boa parte delas desbotadas pela água salgada e pelo sol. Pedaços de seres desconhecidos, meio que "fossilizados", se misturavam as conchas, aos plásticos... quase tudo, pra mim, era peça. De montar.
A trilha musical na construção dos meus "brinquedos" era o som das ondas quebrando, do vento assobiando e das gaivotas disputando peixes.
Um "brinquedo" do qual me lembro com mais detalhes, é um que começo cavando um buraco ovalado na areia, onde eu pudesse caber sentado dentro com as pernas dobradas, moldava na parte da frente desse buraco, uma área plana com a ajuda de um pedaço de madeira lisa ou com a sola do chinelo, e começa a decorar este espaço plano com conchas, tampinhas plásticas, gravetos...que ao serem colocados nessa parte lisa, já se transformavam em botões, comandos, controles, manilhas, alavancas... e com mais alguns riscos desenhados com um palito de picolé, o painel de controle da minha nave espacial estava pronto. Com o apertar dos "botões" e o movimento das "alavancas" a "nave" ganhava os céus em segundos, e de repente... eu já avistava a terra pequenininha (como nos desenhos animados) e já podia ver os planetas distantes onde iria pousar. Criaturas humanoides me recebiam com saudações engraçadas entre as suas arvóres multicoloridas.
Era assim, com os pés fincados na areia e a cabeça no espaço sideral, que eu passava a maioria dos meus dias, até o último raio de sol e o surgimento da primeira estrela no céu.
Já fazem algumas décadas que estou em Sampa, meu pseudônimo é uma corruptela do meu nome completo, "FA" de Fábio, "O" do meio do Monteiro e "ZA" de Souza, Faoza.
As "brincadeiras de montar", continuam diárias, só as peças foram mudando com o passar dos anos: pedacinhos de pontas de lápis esfregadas contra o papel com um chumaço de algodão, canetinhas, tintas para colorir acetatos, com pincel, para filme de animação, pedaços de revistas cortados para colagens, quadrinhos desenhados para fazer rir, pixels para criar capas e ilustrações, mais pixels para criar logotipos e peças digitais de comunicação e ainda mais um bocado de pixels para criar desenhos destinados a fine art print.
Diariamente coloco em cheque o que eu considero bonito e feio, o que eu considero relevante ser desenhado e o que me faz sentir bem ao desenhar. Esse exercício diário, colabora na tentativa - muitas vezes exitosa - de "montar" um desenho com a capacidade de ainda me fazer voar para planetas distantes.
* Curiosidade
Em 1883, Dom Pedro II, inaugurou na cidade, o primeiro serviço público municipal de iluminação, tornando Campos dos Goytacazes a primeira cidade do Brasil e da América Latina a receber iluminação pública elétrica, através de uma termelétrica a vapor acionadora de três dínamos com potência de 52 KW, fornecendo energia para 39 lâmpadas de 2 000 velas cada.
O Cabo de São Thomé se localiza a cinquenta quilômetros a sudeste da cidade de Campos dos Goytacazes.
Meu estilo passeia pelo minimalismo e abstração, resultando em obras multifacetadas que buscam, ao mesmo tempo, serem singelas e evocativas. O meu processo criativo é movido pela emoção e pela intuição. Elementos da natureza e a música são as minhas maiores fontes de inspiração.
Não me privo de experimentar novas formas de expressão. Utilizo uma ampla gama de técnicas e materiais, do lápis aos pixels.
Os mosaicos, a música e a arquitetura são temas recorrentes em minhas criações e, de certa forma, refletem minhas paixões e influências, trazendo uma profundidade emocional às minhas criações.
Acredito na arte como um "meio de transporte", de transformação e de conexão humana.
Meus projetos frequentemente exploram temas ligados a natureza, intentando transformar minhas observações cotidianas em imagens que possam sensibilizar o olhar.
"Pondo se no encalço da sua bem aventurança, você se coloca numa espécie de trilha que esteve aí o tempo todo, à sua espera, e a vida que você tem de viver é essa mesma que você está vivendo. Onde quer que esteja – se estiver no encalço da sua bem aventurança, estará desfrutando aquele frescor, aquela vida intensa dentro de você, o tempo todo." - Joseph Campbell
about
In addition to my personal work (from my collection), I create covers and illustrate for publishers such as Santillana, Meio & Mensagem, Richmond, Positivo, Abril, Globo, Ediouro, Moderna, Saraiva, SM and Folha de São Paulo.
I also illustrate for communication agencies and design studios.
I have worked for the agencies Norton, DPZ and sapient_AG2 as a graphic designer and UX/UI designer.
I worked as an assistant art director at the animation production company "Filme de Papel", creator of award-winning films such as the feature film "O Menino e o Mundo", nominated for the 2016 Oscar.
Group Exhibitions
São Paulo, Rio de Janeiro, Santiago, Buenos Aires, Sarajevo, Lisbon, Porto and Shanghai.
Farol de São Thomé Beach, First half of the 70s
The small town has no electricity*; the lights come from gas lamps and the lighthouse itself, which, in a circular pattern that lasts all night, illuminates some houses for a few seconds. Especially the roofs. Fábio is a child with hair bleached by the sun, who spends most of his days playing in the sand in his backyard or on the beach. Only three blocks separate the two places.
My favorite game is to create "toys" with the shells that were found in their thousands, probably millions, all along the beach, in multiple sizes, shapes and colors. I also used "pieces of the sea": wet and dry seaweed, twigs, fish bones, crab carcasses, bottle caps and pieces of plastic packaging that came from the other side of the ocean or perhaps thrown from a ship, much of it faded by the salt water and the sun. Pieces of unknown beings, sort of "fossilized", were mixed in with the shells and the plastic... almost everything, for me, was a piece.
To assemble. The soundtrack for building my "toys" was the sound of waves crashing, wind whistling and seagulls fighting over fish.
One "toy" that I remember in more detail started with me digging an oval hole in the sand, where I could fit sitting inside with my legs bent. I would shape a flat area in the front of this hole with the help of a piece of smooth wood or the sole of a flip-flop, and I would start decorating this flat space with shells, plastic bottle caps, twigs... which, when placed in this smooth area, would transform into buttons, controls, handles, levers... and with a few more lines drawn with a popsicle stick, the control panel of my spaceship was ready.
By pressing the "buttons" and moving the "levers", the "ship" would take to the skies in seconds, and suddenly... I could already see the tiny Earth (like in cartoons) and the distant planets where I would land.
Humanoid creatures greeted me with funny greetings among their multicolored trees.
That was how I spent most of my days, with my feet planted in the sand and my head in outer space, until the last ray of sunlight and the appearance of the first star in the sky.
São Paulo (SP), 2000s
It's been a few decades since Fábio, also known as Faoza, is a pseudonym-corruption of my full name, "FA" for Fábio, "O" for Monteiro and "ZA" for Souza.
The "assembly games" continue daily, only the pieces have changed over the years: small pieces of pencil tips rubbed against the paper with a cotton ball, markers, paints to color acetates, with a brush, for animation films, pieces of magazines cut for collages, comics drawn to make people laugh, pixels to create covers and illustrations, more pixels to create logos and digital communication pieces and even more pixels to create drawings intended for fine art print.
Every day I check what I consider beautiful and ugly, what I consider relevant to draw and what makes me feel good when drawing. This daily exercise helps in the attempt - often successful - to "assemble" a drawing with the capacity to still make me fly to distant planets.
* Interesting fact
In 1883, Dom Pedro II inaugurated the city's first public lighting service, making Campos dos Goytacazes the first city in Brazil and Latin America to receive electric public lighting, through a steam-powered thermoelectric plant driven by three dynamos with a power of 52 kW, supplying energy to 39 lamps of 2,000 candles each.
Cabo de São Thomé is located fifty kilometers southeast of the city of Campos dos Goytacazes.
From Grains of Sand to Pixels
My style ranges from minimalism to abstraction, resulting in multifaceted works that seek to be both simple and evocative. My creative process is driven by emotion and intuition. Elements of nature and music are my greatest sources of inspiration.
I never shy away from experimenting with new forms of expression. I use a wide range of techniques and materials, from pencils to pixels.
Mosaics, music and architecture are recurring themes in my creations and, in a way, reflect my passions and influences, bringing emotional depth to my creations.
I believe in art as a "means of transport", of transformation and human connection.
My projects often explore themes linked to nature, trying to transform my everyday observations into images that can touch the eye.
"By following your bliss, you are putting yourself on a kind of track that has been there all along, waiting for you, and the life you have to live is the one you are living. Wherever you are – if you are following your bliss, you will enjoy that freshness, that intense life within you, all the time." - Joseph Campbell